segunda-feira, dezembro 19, 2005

Pela liberdade em véspera de eleições presidenciais


O modelo de sociedade que Cavaco e seus apoiantes defendem é o que Erich Fromm muito bem descreveu no seu livro " Die Kunst des Liebens":

"O capitalismo moderno precisa de gente que trabalhe em conjunto, sem atritos e em grande número, e que queira consumir cada vez mais, gente cujo gosto seja, porém, "standardizado", fácil de influenciar e de calcular. O capitalismo moderno necessita de gente que se sinta livre e independente e acredite não estar submetida a nenhuma autoridade, a nenhum princípio e a nenhuma consciência, mas que esteja disposta a executar ordens, a fazer o que se espera na máquina social, a deixar-se conduzir sem que alguém exerça a sua autoridade, a conduzir-se sem "líder" e a deixar-se guiar sem um objectivo - com a única excepção de nunca ficar inactivo, mas sim funcionar e continuar a esforçar-se. Qual é o resultado ? O Homem moderno aliena-se a si próprio, bem como aos outros seres da sociedade e da natureza. Tornou-se mercadoria, vive a sua força vital como um investimento de capitais que o têm de levar ao máximo dos lucros, de acordo com as actuais condições de mercado. As relações humanas são, no essencial, relações de autómatos alienados, cuja segurança depende de ficarem o mais perto possível do rebanho e não se afastarem dele, quer em pensamento, quer em sentimento ou acções. Enquanto cada um tenta star mais tao perto dos outros quanto possível,fica por sua vez também sozinho, marcado pelo profundo sentimento da incerteza, do medo e da culpa que aparece sempre que a separação humana não pode ser vencida. A nossa civilização oferece contudo diferentes possibilidades para que as pessoas não se apercebam conscientemente desta solidão - em primeira linha a rotina rígida do trabalho burocratizado e mecânico que proporciona que as pessoas não vivam conscientemente as suas aspirações humanas mais profundas, a ânsia de transcedência e unidade. Como a rotina por si não chega para isso, as pessoas atenuam o seu desespero inconsciente através da rotina do prazer, através do consumo passivo de sons e imagens que a indústria do prazer lhes oferece; além disso, também através da satisfação de comprarem sempre coisas novas e de as substituirem em breve por outras."

-------------------Eu não quero para os meus filhos uma sociedade assim. Por isso pouco tenho em comum com Cavaco ou com a direita que o apoia.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Outra vez aqui

Desde 3 de Novembro que eu não escrevia aqui nada. Tenho andado nas discussões à volta das notícias e crónicas de opinão no site do Expresso, o "espesso" como alguém lhe chamou. A temática continua a ser as presidenciais.
Entretanto ando às voltas com o Partido Humanista e a candidatura de Luís Filipe Guerra à presidência da República, apoiado pelos humanistas, sendo ele também um. Já subscrevi e já arranjei várias assinaturas de apoio. Espero que se consigam as 7500 para que haja uma voz a defender a vida humana como maior valor da humanidade.





http://www.movimentohumanista.com/luisfilipe/