quinta-feira, junho 14, 2007

Ao volante do meu veículo


Durante o período escolar tenho que fazer mais de oitenta quilómetros por dia entre a casa e a escola dos filhotes. Vamos e voltamos por estradas de muito movimento, muito mesmo pois entramos e saímos de Lisboa a horas de ponta. É cansativo, mas o que tem que ser tem muita força. Entretanto, o que me fez escrever este post é o mau humor que se vê espelhado nas faces dos outros condutores. São tão feias as expressões dos condutores portugueses em geral que até mete impressão. Nós por aí vamos, a cantar, a rir, a quase dançar, pelo menos batemos palmas e abanamos a "caróla" e nos outros veículos vemos expressões carregadas, como se toda a gente lhes devesse dinheiro. São expressões sérias de gente, muita dela, que afinal ainda não pagou a prestação do carro que conduz. Então uma coisa que constato, na maior parte dos casos, quanto mais caro o carro é, mais carrancudo, feio e agressivo é o condutor. Noto muito isso nas alturas em que se deve dar prioridade pelo método do fecho de correr. Vamos entrando alternadamente um de cada fila. Os que mais dificultam são os condutores dos carros mais caros. Esses estão convencidos que são superiores e que têm prioridade sobre tudo e sobre todos.

Depois de deixar os miúdos na escola ainda tenho mais vinte quilómetros para fazer. Vou só, mas não vou carrancudo. E quando dou conta que levo uma expressão menos amigável, logo a altero.


Sem qualquer intenção de publicidade, aqui se apresenta um tractor em pleno Alentejo, mais propriamente na terra das flores, terra da Delta, Campo Maior. Se mais portugueses conduzissem tractores agrícolas, menos carrancudos haveria, pois menos fome haveria.