sábado, julho 23, 2005

Como diz o nosso filósofo José Gil

Há uns dias atrás um amigo enviou-me um e-mail a perguntar se a falta de inspiração era a razão pela qual desde 14 de Julho passado não havia nada de novo neste blog. Como é natural fiquei satisfeito por saber que pelo menos um amigo tinha visitado o blog. E não, não é por falta de inspiração, mas por falta de tempo que não tenho colocado mais nada no blog. Todos os dias, ou quase entro aqui para colocar algo, mas há sempre um filho a fazer-me saír daqui. E só tenho dois, mas estão numa idade muito exigente, penso eu agora... Ela tem sete anos, é caranguejo e ele tem quatro e é touro. Não é que eu ligue muito aos signos, mas acho curiosas e até interessantes algumas coencidências.

Agora voltando ao que interessa, a notícia de primeira página do Expresso ( "espesso" nalguns círculos de comentadores online) de hoje deu-me um pouco de satisfação. Isto porque já estou a contar com uma candidatura à presidência da república que realmente une uma muito grande percentagem de portugueses. Mário Soares é uma das pessoas mais importantes na história do nosso país no pós 25 de Abril de 1974. Se ele decidir candidatar-se será uma fonte de energia positiva para a maioria de nós que somos Povo, pobre e sem esperanças em quem dirige os destinos do país, logo os destinos das novas gerações, logo dos nossos filhos.


Os que têm filhos sabem que o que mais educa, ou seja, o que mais influencia o comportamento das crianças, são os exemplos dos mais velhos, dos pais em particular, mas também dos restantes elementos da família, dos professores e de todos os que têm visibilidade na sociedade. E numa sociedade tão mediatizada como aquela em que vivemos actualmente, toda a gente que aparece nos meios de comunicação social, especialmente na televisão, tem uma grande influência nos jovens. Nos jovens e nos adultos “analfabetos” digamos assim, aqueles que não têm capacidade ou não têm vontade de usar a sua própria cabeça para questionar e por sua vez ter ideias próprias. Ora, infelizmente hoje em dia são pouquíssimos os bons exemplos aos quais a comunicação social dá destaque. Aquilo que faz decidir a importância da pessoa é normalmente, salvo raríssimas excepções, as audiências que essa mesma pessoa atrai. E como sabemos, a população portuguesa, com uma taxa de analfabetismo funcional na ordem dos 50 % quer é sangue e lágrimas alheias para esquecer a sua própria miséria, seja material ou espiritual. Como diz o nosso filósofo José Gil, no livro Portugal Hoje o Medo de Existir, “… a televisão portuguesa é como toda a gente sabe (e salvo raríssimas excepções que toda a gente também conhece) uma pura miséria, uma máquina de fabricação e sedimentação de iliteracia..”

É por tudo isto e muito mais que espero que Mário Soares, um dos portugueses a quem mais devemos no nosso caminho pela liberdade e democracia, se candidate contra um dos portugueses que mais responsabilidade tem nesta miséria social e espiritual na qual hoje o país se afunda. Teve tudo, dinheiro e poder, para dar a Portugal um CAMINHO, e só consegui foi dar alcatrão, cimento, yuppis e novos-ricos, patos bravos ( e patas, muitas patas) vestidos de fatos e dentro de mercedes, bm’s jipes e jaguares…Os pobres são cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pois desta vez só tenho um comentário "estou de acordo"!
Só tenho uma dúvida. Não será que o Paladino da Democracia não estará um pouco "Alzheimerado"? É que não acredito na sorte da "Cadeira" duas vezes na história do mesmo povo. E como não o estou a ver a demitir/exonerar o tótó do Sócrates....
O que precisamos é de mais historiadores!!! A história já nos deu a solução!!! Com o Marquês de Pombal (que diga-se de passagem também se "governou" bem à conta do povo! mas já lá vou). É meter todos os politicos partidários e Ulrich's da nossa praça, metê-los num qualquer Tolan no meio do Tejo e mandar os maçaricos de Torres Novas treinar a pontaria no dito.
E voltando ao Marquês, o que me preocupa é este alheamento do nosso povo que que hà gerações que anda a ser comido com os impostos. Fáz-me lembrar os Chinese que de tanto serem roubados e espezinhados pelos próprios, aquilo já não lhes doi. E depois admiramo-nos por fazerem mais que nós durante o dobro do tempo por uma malga de arroz. Pudera, aquilo já é genético!!! Só não quero que connosco se torne genético tambem. Mas....

9:35 da tarde  

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