sexta-feira, julho 08, 2005

A memória ainda morre depois da esperança

A memória ainda morre depois da esperança, como ouvi alguém dizer à pouco tempo, e por isso, se já perdemos a esperança nos que lideram o país, resta-nos a memória dos nossos antepassados que nos vai dar coragem para uma nova revolução. Desta vez ainda mais pacífica do que o 25 de Abril de 1974. Desta vez vai ser através das regras da "democracia". Constitucionalmente. Através das urnas. Vamos, nós, os patriotas livres das máquinas partidocráticas, tomar o poder. Vamos começar pelas autarquias com listas de cidadãos independentes. Depois de já haver mais democracia vamos alterar a constituição para que o governo da nação saia das mãos da "nobreza" partidocrática para as mãos do povo. Do verdadeiro povo, que ainda nunca teve o poder nas mãos.
Porque, por mais que os nobres pretendam, a luta de classes continua, e os nobres têm usufruído dos métodos capitalistas para acalmar o povo. Não o povo corajoso e forte, mas o povo fraco que pelo facto de ter um BMW ou um Mercedes já se julga da nobreza e por isso renega as suas origens e a sua classe.
Se pensarem bem, são os filhos e os netos daqueles que perderam os privilégios em 5 de Outubro de 1910 que ainda estão nos lugares chave do poder e da influência no nosso país. Claro que ainda lhes está atravessada na garganta a perda. E claro que continuam a defender os interesses dos seus e a usar e abusar do povo.
Deixem-se de ilusões, a luta de classes tem que continuar até que seja realmente o povo a mandar no seu destino. O povo somos mais de 85 % da população. Que raio, não vêem que nos têm andado a mandar areia para os olhos ?

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A ideia até que não é má, só que não é original. O Otelo Saraiva de Carvalho já a teve, e já lá vão mais de 30 anos.
E além disso, as máquinas partidárias são tão filhas da puta que devem ter um crivo suficientemente apertado para não correrem o risco de que qualquer filho da puta ascenda muito alto e com isso corram o risco de implodirem por dentro. No entanto, e em teoria, a ideia até que não é má. Mas como muitas teorias, impraticável. Pelo menos para já.

12:56 da manhã  
Blogger João L. Silva said...

Agradeço o seu comentário.

Permita-me unicamente acrescentar que:

A ideia do Otelo, se era a mesma ideia que eu defendo, não tinha na altura as mesmas hipóteses de vingar como actualmente.

1. Não somos militares nem se pretende permitir qualquer influência dos militares

2. Já crescemos em liberdade

3. Já testámos o sistema actual até à exaustão

De resto o Otelo só foi actor aos sessenta e eu fui aos vinte e cinco. Esta é a piada...sem piada.

9:21 da tarde  

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